🏭 Resíduos de Refugo: o lado não reciclável da indústria

Nem todos os resíduos são recicláveis. Alguns resíduos, como fitas cintadas, borrachas ou materiais contaminados, têm de ser encaminhados para tratamento específico

Reciclocentro

10/26/20253 min ler

No setor industrial, quase todos os processos geram resíduos — plásticos, metais, papel, madeira, borrachas, entre outros.
Grande parte destes materiais pode seguir um destino de valorização e reciclagem. No entanto, existe sempre uma fração que, pelas suas características, não reúne condições técnicas para ser reciclada.

São os chamados resíduos de refugo — materiais que, pela sua composição, contaminação ou complexidade, não têm alternativa de valorização material, sendo encaminhados para valorização energética (coincineração) ou aterro controlado.

⚠️ Quando o refugo se mistura com recicláveis

É importante salientar que, quando numa carga de resíduos potencialmente recicláveis se detetam resíduos de refugo,
estes aumentam significativamente os custos operacionais de triagem e tratamento, além de poderem contaminar os materiais recicláveis e inviabilizar o seu aproveitamento.

O destino dos resíduos de refugo é economicamente mais oneroso, e a sua presença implica reclassificação da carga e tratamento separado.

Nestas situações, a Reciclocentro emite um Relatório de Não Conformidade, documentando o material não conforme e aplicando as tarifas correspondentes ao tratamento adicional.

♻️ O que são resíduos de refugo na indústria

Designamos como resíduos de refugo todos aqueles que não podem ser encaminhados para reciclagem devido a fatores como:

  • Contaminação com substâncias (óleos, colas, tintas, poeiras, lamas, solventes);

  • Mistura de materiais incompatíveis (plástico com metal, borracha com tecido, compósitos);

  • Degradação física/térmica ou presença de cargas e aditivos;

  • Falta de viabilidade técnica ou económica de separação/limpeza.

Estes resíduos representam o último elo da cadeia de gestão, onde o objetivo deixa de ser reciclar e passa a ser minimizar o impacto ambiental e económico.

☣️ Resíduos perigosos: atenção redobrada

Alguns resíduos, pelas suas propriedades físico-químicas, são classificados como perigosos, exigindo gestão, armazenamento e transporte específicos.

Exemplos:

  • Amianto/fibrocimento (lusalite);

  • Tintas, diluentes, solventes, colas e produtos químicos;

  • Hidrocarbonetos, fármacos e óleos;

  • EPI e têxteis contaminados, filtros de ar/óleo, lamas industriais;

  • Embalagens contaminadas com substâncias perigosas ou com simbologia de perigo.

Estes resíduos não podem ser misturados com recicláveis nem armazenados de forma indiferenciada.
A gestão inadequada pode comprometer a segurança das instalações e aumentar os custos de tratamento.

🧪 Avaliação técnica e não conformidades

Antes de aceitar qualquer resíduo, a Reciclocentro realiza uma análise técnica individual para determinar se o material é reciclável, refugo ou perigoso.

Quando, durante uma recolha, são identificados resíduos não conformes, é emitido um Relatório de Não Conformidade, com registo fotográfico e descrição dos materiais detetados.

O relatório é comunicado ao produtor dos resíduos e serve de base à aplicação de tarifas de tratamento, cobrindo os custos adicionais de separação, transporte e destino final.

Os exemplos mais comuns de não conformidade incluem:

  • Fitas cintadas contaminadas;

  • Mistura de resíduos perigosos com recicláveis;

  • Entradas com derrames de fluidos ou resíduos aparentes a terra;

  • Cargas de “papel” com resíduos urbanos ou industriais mistos.

🔥 Destino final: valorização energética e aterro controlado

Quando a reciclagem não é possível, o destino dos resíduos de refugo é:

  • Valorização energética (coincineração) – aproveitamento do poder calorífico do resíduo em processos industriais (como cimenteiras);

  • Aterro controlado – deposição em instalação licenciada, com acompanhamento técnico e controlo ambiental rigoroso.

🌱 Compromisso Reciclocentro

Mesmo quando um resíduo não é reciclável ou é perigoso, a gestão correta protege o ambiente, as pessoas e a imagem da empresa.

Na Reciclocentro, cada resíduo tem um caminho certo — e esse caminho começa na separação responsável e na correta identificação à origem.

Porque nem tudo se recicla, mas tudo deve ser bem tratado.

👉 No próximo artigo:
“Responsabilidade do Produtor de Resíduos – O que diz o Decreto-Lei n.º 102-D/2020”
Explicaremos de forma clara quem é responsável pela gestão e pelos custos dos resíduos industriais, desde a sua produção até ao destino final.